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"Porque na verdade esta vida só tem dois encantos: o previsto e o imprevisto." Mario Quintana.

O que me atraia na ilustração para livros para a infância é principalmente a possibilidade de contar histórias por meio de imagens, histórias que acolham o leitor, dividindo com ele sentimentos, alegrias, inseguranças, medos, saudades e fantasia, por meio de percursos e recursos narrativos visuais que o surpreendam. É contar sobre o previsto e sobre o imprevisto, sobre algo que aconteceu e sobre algo que está para acontecer, deixando no ar possibilidades. Além disso, outros aspectos que me intrigam na ilustração de livros são:

- o jogo do desenho ou o desenho como um jogo - as experimentações e combinações de composição, cores, técnicas, luz e sombra que nunca se encerram e permitem sempre novos desafios.

- o desenho como processo - as diferentes etapas de elaboração do livro - a cada novo projeto todas as possibilidades se apresentam e aos poucos um caminho vai sendo construído.

- o desenho como tempo - as ilustrações permitem criar um tempo próprio, um tempo no qual a história se passa, que pode assumir diferentes ritmos, um tempo das recordações da infância, que se manifestam a cada leitura e um tempo das experiências que vão sendo criadas pela própria leitura. Como ilustradora também tenho a oportunidade de vivenciar o tempo do processo do desenho pois sei quanto tempo levei para pensar e desenvolver cada página. Não é um tempo que se mede em horas, é um tempo que se mede em traços, cores, composições e pinceladas. Além disso, a oportunidade de reviver a infância por meio do livro nos mostra algo sobre nós genuíno e autêntico. Ao mesmo tempo que dividimos essas experiências com os outros, temos na infância, representada pelo livro, algo que nos conta sobre nós mesmo, um tempo aprisionado ao qual se pode retornar.

- o desenho como mágica - existe algo de mágico no desenho, pois de repente um traço ou uma mancha vira uma história, que encanta e surpreende o leitor, assim como o coelho tirado da cartola.

- o enlace entre escritor, ilustrador e leitor, que no livro se encontram - para mim, o livro só está pronto quando encontra seus leitores, e a história do escritor se junta a minha história e a história de seus leitores.




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Estudos de cores a partir da tinta gouache e lápis stabilo


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Atualizado: 15 de set. de 2018

Essa é minha sala de trabalho, onde desenho, guardo meus materiais e livros.




Em minha mesa de trabalho costumo deixar apenas o material que estou usando para o trabalho especificamente. Na parede à frente, além dos quadros com postais e fotos, gosto de colar referências visuais, testes de materiais e paletas cromáticas. Também procuro deixar a minha volta objetos que poderiam fazer parte da história, bem como fotos antigas que me façam recuperar sentimentos e lembranças de minha infância que possam ser compartilhadas nas ilustrações.


Assim

“Busco me sentir envolvida pela história que estou contando.”



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